Tal orientação traz conseqüências. Frente a perspectivas de ação tradicionalmente dirigidas pelo que é ideal, a psicanálise, ao contrário, serve para nos endereçar ao Real, ainda que este precise ser contornado, “amortecido”, via os subsídios da linguagem e de todas as estratégias disponibilizadas pela criação humana. Colocar o Real nessa perspectiva remete ao fato de que há um limite, um impossível do qual não temos como escapar. Não se trata mais de nos julgarmos impotentes e de creditarmos a um Outro supostamente bem-dotado a potência, o regozijo, a plenitude.